segunda-feira, 11 de maio de 2009

O DESCASO POLÍTICO E AS "PORTAS FECHADAS"

Existe atualmente um grande preconceito com relação à política. Uns falam que sobre política não se discute; outros dizem que a política é somente um mecanismo de se crescer economicamente; há outros que acreditam que política é sinônimo de algo ruim; e têm também aqueles que nem pensam sobre política, por achar que é perda de tempo. Mas, por que existe tanto conceito mal formado com relação a política? Será a educação que falha neste sentido? Ou será a forma que nos apresenta a política atual?
Para não cairmos, também, num conceito errado de política, é preciso que voltemos a sua origem, isto é, aos antigos. Aristóteles dirá, por exemplo, que a política é a ciência que visa o bem comum dos cidadãos. Pois, segundo ele, ela nasce da necessidade de se ter leis que organizem as atitudes das pessoas perante o público e o privado, e todo aquele que exerce esse poder, exerce em função de todos os cidadãos e terá o tempo integral para trabalhar em função disto. Por isso, deverá ser quem conhece as leis e tenha condições de colocá-las em prática. Trazendo isso para os dias de hoje, perceberemos algumas semelhanças e algumas diferenças. A primeira grande semelhança está relacionada ao tempo que o individuo, que tem um poder político, dispõe para trabalhar e também um tempo integral. A diferença está na maneira de se trabalhar... São também, na maioria das vezes, homens que conhecem as leis, mas, nem sempre as colocam em prática, pelo contrário, as usam por interesse próprio. Vivemos em um País tão grande, capaz de se sustentar tranquilamente e ainda existem pessoas morrendo por não ter o que comer. São cidadãos com os mesmos direitos e deveres. Porém, os seus deveres são cobrados, mas os seus direitos nem sempre são lembrados. Onde estão aqueles que assumiram o compromisso de trabalhar pela sociedade e organizar, como disse Aristóteles, o respeito e a dignidade para cada cidadão? Será que estão pensando em como resolver esse problema ou querem mesmo continuar enganando a população na próxima eleição, afim de serem eleitos novamente na base do toma lá da cá?
Estão sendo deixados de lado os investimentos em áreas de serviços a população, acarretando um abandono da política em si. Um verdadeiro descaso. Mas, com certeza, as maiores conseqüências virão com o tempo: o aumento do desemprego, a saúde precária. Sem dizer que tudo implica numa falta de respeito a todos os direitos dos cidadãos, contido na constituição. Infelizmente, o poder político se volta aos interresses de apenas "um grupo", deixando os direitos dos cidadãos “pra escanteio”.
Existem outros problemas, como a transparência nos atos públicos: O que nós, cidadãos, devemos fazer para mudar esse panorama? Será que realmente o "Poder" corrompe o homem?
Primeiramente, devemos fazer o que estamos fazendo: discutindo a política, ir a raiz do problema, procurar as causas. Durante a discussão, perceberemos que as dúvidas vão sendo sanadas, e, conseqüentemente, o conhecimento enriquecido. Existem várias maneiras de discutir. Pode ser verbalmente em reuniões, encontros, salas de aula, ou por escrito em jornais, revistas e outros meios de comunicação. Afinal, o importante é colocar a política no centro das discussões. Só assim baniremos os bandidos e maus políticos.
Para que isso se torne um hábito entre as pessoas, é preciso, segundo Aristóteles, educá-los. Para ele, é a educação que torna o homem virtuoso, apto a pensar nas questões fundamentais. Segundo ele, a virtude já está no homem e a educação irá fazer o papel de extrair dele, isto é, colocar em prática essa virtude no seu dia-a-dia. Além do costume de praticar o bem, a educação terá a incumbência de exercitar a dimensão racional, ou seja, proporcionar a consciência dos seus atos. Portanto, a educação tem uma função importantíssima no caminho de todos. E digo mais, a educação, como afirma Aristóteles, é responsabilidade do Estado. É óbvio que também é dos municípios e de quem nos governa. É preciso acabar com o grande meio de manipulação às pessoas no poder público. Aquele que de fato deveria "comandar", é na verdade o "subordinado" (vide o assunto logo abaixo). Somos otimistas e devemos propor um ideal político, mesmo que seja um ideal pensado a mais de dois mil anos, para juntos, eu com o meu ideal e você com o seu ideal, pensarmos em como mudar essa situação. Pois se conseguirmos, pelo menos, acabar com esse descaso político, certamente as portas se abrirão novamente e já estaremos dando um grande passo para o bem de todos!

Nenhum comentário: