quarta-feira, 27 de maio de 2009

O FALSO MORALISTA!

Infelizmente, ao homem de hoje falta moral e sobra moralismo. Em geral, tais expressões são confundidas e tomadas como tendo um mesmo e único sentido. No entanto, vale lembrar que entre a moral e o moralismo há um verdadeiro abismo. Alguns “ismos” dão um sentido pejorativo à nova palavra formada, basta citar o famigerado racionalismo, o dogmatismo, o historicismo e o ceticismo. Com o moralismo ocorre o mesmo. O “ismo” denota uma espécie de desvalorização e transmite a idéia de que algo foi levado ao extremo a ponto de uma completa banalização. Assim sendo, a moral levada ao extremo passa a ser um moralismo. O moralismo não incentiva as pessoas a pensar em como agir, mas a agir sem pensar. De fato, usurpando a boa-fé de pessoas que abdicam de pensar antes de fazer qualquer coisa, aparecem os pseudos moralistas. O indivíduo moralista parece sempre saber o que é certo, não titubeia nunca. Ademais, sabe o que é certo e bom para si e para os outros, e, o que é pior, induz, quando não obriga, as pessoas a agirem segundo ele julga correto. E quando começa submeter os outros à sua vontade, torna-se um verdadeiro ditador e logicamente a sua moral torna-se falsa, pois ele não respeita ninguém e julga-se acima de todos, das leis e da própria moral. De moralistas o mundo está cheio, principalmente na política. Há sempre um indivíduo extremamente dogmatizado e ortodoxo que acha que sabe tudo e resolve tudo, só que da pior maneira possível, sem princípios éticos e morais. O moralista parece ser um indivíduo que se encontra acima do bem e do mal, e, por isso, julga-se digno, mesmo muitas vezes sendo totalmente incapaz de ser um formador de opinião e de ser alguém que legisla sobre a vida das pessoas. Quanto mais moralista se é, menos moral se tem! O moralista só prega para os outros!É um completo hipócrita! Mas antes fosse somente isso, ele é, ainda, uma ameaça às pessoas que procuram de forma sensata, ponderada e racional dirigir suas vidas e suas ações. O fato de o moralista levar o discurso moral ao extremo, isto é, a ponto de reduzi-lo a não-racionalidade das ações, coloca em xeque toda a possibilidade de se ter uma legítima doutrina moral, baseada em princípios e valores flexíveis e raciocinados e não apenas em sensacionalismos emotivistas ou em puritanismos baratos. Que falsa moralidade! Outrora, talvez faltassem princípios ao homem, hoje, porém, sobram outros, fazendo com que o homem assimile uma pseudo-austeridade moral a partir de valores que pouco encontram eco na pós-modernidade. De fato, o homem que tem princípios demais, como o príncipe da moral maquiavélica, parece não passar de um principiante em moral, haja visto que esta não se restringe a pura parametrização de valores ou a um doutrinamento de ações, mas sim à capacidade raciocinada de o homem, por si próprio, decidir o que é certo e o que é errado, o que é bom e o que é mau, o que é justo e o que é injusto, o que é nobre e o que é vil, o que é virtude e o que é vício… Eis o que mais se aproxima da autêntica moral. Pois então pense: vivemos em uma época em que a tolerância e o respeito pelo ser humano vão sendo deixados de lado pelos falsos moralistas que subestimam a nossa capacidade, mas é preciso entender as diferenças entre os indivíduos e culturas. Então, agora, você acha correto impor a vontade a outro, apenas para satisfazer seu ego e gabar-se de uma falsa moral? Atenção com os falsos moralistas! Cuidado! Eles podem estar comandando uma cidade inteira desconsiderando tudo e a todos! Vamos acabar com os falsos moralistas e lutar pela moral verdadeira para o bem de todos!