Para o bem ou para o mal, as elites são as formadoras de opinião. Assim sendo, nos questionamos: quem apostaria num “cavalo perdedor”?Se as elites dominam os jogos do capital elas se vêem obrigadas, não só a apostar no “cavalo vencedor”, mas também a manipular dados e até mesmo a apoiar alguém que se acredite capaz de representá-los.Nas classes mais abastadas das elites, os interesses e as necessidades são bem diferenciadas das do povão. Todavia, o homem pobre também sonha em acertar, em melhorar, em ganhar o grande prêmio. Ele aguarda, observa, escuta, questiona, analisa quem teria a chance de vencer.Se um homem pobre fosse um homem de elite, ele não teria essa ingenuidade e procuraria, como as elites, interferir na realidade modificando- a em favor dos seus interesses, é isso, de certa maneira, que a distingue das outras classes, a eternização dos jogos do poder.As elites criaram como instrumento de manipulação, as pesquisas eleitorais, fazendo os homens comuns crerem que a opção indicada pela própria pesquisa é a única possibilidade de vencer. O povão naquele sonho de ganhar o grande prêmio e não se sentir mais uma vez derrotado na vida, tende à “apostar” no “cavalo vencedor”. Soubessem eles que Ulisses, o navegador, que para não bater com seu navio nas rochas, tampou os ouvidos para não ouvir os cantos das sereias, que desviavam a sua atenção e o colocavam em risco.Se os desprivilegiados da sorte tapassem os ouvidos para a sedução das pesquisas e escolhessem aqueles candidatos que julgassem ser melhor para representá-los, sairiam vencedores de verdade pelo voto livre e não de mentira pelo voto induzido. Desse modo, a democracia seria feita e o povo humilde e sofrido poderia ser representado em todas as esferas do poder.Nada contra as elites, que são fruto de uma depuração da sociedade, mas quando elas perdem a sensibilidade e tentam intervir no processo democrático utilizando-se de artimanhas e do seu poder econômico para convencer que seus candidatos são os melhores nos demonstram, não que elas devam ser combatidas, mas sim, que os menos afortunados precisam ser mais bem representados.Nessa troca de poder vislumbraremos, no mínimo, uma luz no fim do túnel e quiçá os direitos e garantias fundamentais, que até o momento não foram cumpridos, possam vir a ser e, talvez, assim haja um pouco mais de justiça nesse país de tantas injustiças