quarta-feira, 4 de junho de 2008

Sobre o ceticismo e nossas possibilidades!‏

Muito me intriga quando uma pessoa se auto-intitula “cética”, e eu não poderia deixar de comentar com você – leitor (a) – sobre os meus devaneios e reflexões, baseados em muita experiência – SENTIDA – ao longo de anos a fio relativamente a meu caminho espiritual e o coletivo.

Você já deve ter ouvido dizer que “não estamos sozinhos no universo”. Ou seja, não existe somente o planeta Terra e isso é notório a se observar um céu de brigadeiro numa linda noite em algum lugar nas montanhas ou no Interior... O que se quer dizer com essa frase é que Grandes Mestres, claro, invisíveis a olho nu (como o ar que respiramos ou nossas células que sabemos existirem e nos sustentarem), operam a todo instante em nossas vidas, procurando nos despertar para uma Realidade muito maior do que esta – a que vivemos, mas que nos deixa muito aquém de nossas imensas – infinitas – possibilidades.

Fiquei intrigado (e pensando, angustiado, diga-se) durante vários dias quando li o que uma amiga me escreveu: que simplesmente “não acredita em nada no além”, algo assim. Bem no século 21, depois de tantas descobertas desde o advento do Espiritismo de Allan Kardec; das manifestações e tradições espirituais milenares ensinadas pelo Oriente e apreendidas aqui no Ocidente; do milenar xamanismo e, de quebra, dos rituais com a Ayuasca e outras plantas de poder que, no transe induzido, simplesmente revelam além do véu da ilusão; do avanço das ciências ocultas e da física quântica e do próprio esoterismo; da quase fusão – tão necessária, urgente - da ciência e da religião que ainda podemos presenciar. Causa-me espanto ver pessoas que se dizem “céticas” num momento tão sublime e repleto de graça e Luz divinas das quais podemos nos beneficiar e nos enlevar, muito graciosamente; a despeito das trevas das guerras, violência e perdição humana geral pelo outro lado infeliz da moeda humana.

O próprio despertar vegano/vegetariano, em defesa irrestrita dos animais como nossos irmãos e não como nossos escravos, e o movimento ambientalista mundial, fazem parte dessa luz, mesmo que muitos ativistas ainda não se apercebam disso, das forças transformadoras físicas e metafísicas para as quais o mundo inteiro está sendo despertado, quer queira ou não, pelo amor ou pela dor.

Fiquei pensando que para o cético tudo é um “acaso”, e “coincidências” virão no meio desse mero acaso... Puxa, se não há nada no além, aquele assassino miserável, ou o ladrão e o estuprador, que, “por sorte” (assim deve ser para os céticos também) escapam das garras da justiça humana e conseguem fugir “para o México” ou “para o Paraguai”, se “deram bem” aqui no mundo já que “escaparam” do pagamento dessas dívidas tão terríveis... Será?! Claro que não é assim... Se não, o mundo estaria sujeito ao bel prazer, ao sabor dos ventos, à revelia de todos... Há uma Ordem do Universo, verdadeira mestria regendo tudo e todos! (ufa, ainda bem!)

Caro (a) leitor (a), o universo é muito vasto e sua Origem então nem temos como falar, especular. O certo é que uma força descomunal me faz escrever essa mensagem a você agora e a mesma força – se quiser chamar de Deus, ou não, fique à vontade – está fazendo você lê-la. A mesma força que criou o Céu e a Terra, as estrelas, o Sol e a Lua. A mesma força que fez milhares e milhares de espécies de animais e seres dentro e fora de nosso mundo. A mesma força que te fez e me fez, e fez as flores, os oceanos, as montanhas e as árvores que ocupam essas elevações divinas.

A vida é divina. Não é SÓ terrena. Passageira, ILUSÓRIA. Saiba disso, ou melhor, LEMBRE-SE disso (porque esquecemos de muitas verdades dentro e fora de nós ao longo de dezenas de milênios pelo nosso turvamento espiritual, individual e coletivo...). Portanto, estar com os “pés-no-chão” – como se auto-afirmam os céticos – é muito relativo. Estar enraizado, acho o termo melhor, é compreender as energias que emanam da Terra e do Céu. Somos o cruzamento perfeito dessas energias, do alto e de baixo, Yang (Céu) e Yin (Terra).

Infelizmente, a histórica e malfadada inquisição, que destruiu ideais pagãos e milhões de pessoas em fogueiras arbitrárias e macabras, especificamente mulheres na Idade Média, trouxe para a Terra (em especial na Europa que se tornou atéia em sua maioria em função disso) um excesso de ceticismo que chega a dar medo. O cético, num momento de desilusão não pensará duas vezes antes de cometer um suicídio. E quantos milhões de incautos já deram cabo da própria vida por não suportarem as dores neste aquém, que dirá no além! Já pensou nisso?! Aquela pessoa mais avisada e/ou estudada sobre o “pós-vida” tomará muito cuidado e temerá o outro lado, o além, em cuja possibilidade os céticos dizem “não acreditar”.

Claro, claro, sei que cada um tem sua opinião e livre-arbítrio, e respeito a todos como seres humanos que podem – e devem – fazer escolhas, inclusive a de se auto-intitularem (e estar, não SER) “céticos”. O que me admira é que vocês, ditos “céticos”, ateus, sei lá, não tenham curiosidade pelo místico, pela energia cósmica – muito plausível – e palpável – de ser sentida maravilhosamente, diga-se, em rituais espirituais, em orações, em uniões coletivas pacíficas e amorosas – e ficam nesse individualismo “pé-no-chão” que simplesmente não leva a nada, mas a um vazio profundo. Não confiar no além-vida é na minha modesta opinião um vácuo na alma de quem está nessa vibração limitante e, pior, discordante.

Bem, há muito que se dizer sobre tanta coisa quando se trata de espiritualidade e nosso destino aqui no mundo e na eternidade. Que bom que as possibilidades se abrem em profusão como aqueles fractais, que da ponta de um se observa mais milhares e assim por diante. NADA É POR ACASO, NADA É COINCIDÊNCIA. SORTE OU AZAR DEPENDE DO HISTÓRICO DE CADA INDIVÍDUO E NÃO DO ACASO...

Namastê! Meu muito obrigado pelo espaço e por sua atenção mais que especial. Desejo a todos os leitores bons dias mais confiantes no além, DOCE LAR DO ALÉM... De onde – mesmo inconscientemente – sentimos muitas saudades... A nossa Linda Origem para a qual temos que nos preparar e fazer por merecer!

Deus, ou o Tao, é tão imensamente poderoso e imensurável que até nos deu o livre-arbítrio, para acreditar “nEle” ou não... (é pouco?! Claro que não!)

Sendo céticos ou crentes, isso não mudará a existência de Deus, nem tampouco interferirá na Grande Lei que a tudo determina...

Por Jair Marcos Vieira, jornalista e músico paulistano
São Paulo, 4 de junho de 2006.